O filme


Sinopse

Junior era um garoto comum preso em seu cotidiano, sua vida não tinha nada de interessante até o dia que vagando pela cidade vê Rebeca, uma menina linda, uma artista que através da dança apresenta a Junior o mundo encantado da arte. Em seu encontro, Rebeca dá a Junior uma máscara que muda sua percepção da realidade fazendo-lhe reparar nos encantos da vida.  Ele a persegue pelos espaços da cidade que se revelam em novos sentidos e cruza com seres fantásticos habitantes desse mundo. Esse é o mundo da arte e, para chegar ao espetáculo, Junior tem que superar seus medos através da dança, por onde chega a brilhar como artista. O filme é processo de reconhecimento de Junior como artista, um reconhecimento impulsionado por Rebeca, é um encantamento pela vida e pela arte.



Um sentimento

Do meio do cerrado de árvores retorcidas e longos planaltos, vemos de longe cravado no chão com sua onipotência os traços inconfundíveis do avião. O horizonte largo é quase mar e nos convida a navegar solitários. Os olhos se voltam a si e não conseguem perceber a beleza do oceano enquanto não saem do cotidiano. O grandioso se torna banal. As relações se tornam frias pelo medo de encarar um olhar e os campos abertos favorecem a distância. As pessoas esperam aceitação pelos padrões da cidade, mas não percebem ser algo imposto por elas e que na verdade elas não aceitam a si mesmas. O cotidiano passa a ser banal quando não se percebe mais e perde seus sentidos, o que nos faz vagar sem destino e sem se perguntar o porquê. O cotidiano nos afasta de nós, o robotismo nos defende do questionamento, nos esvazia, mas também angustia e isola. Os padrões nos fazem ter a certeza de já ter visto tudo, mesmo sem perceber nada. O horizonte distante nos da a certeza de não ver nada novo. Me encontro então vagando pelo horizonte sem destino.

Um grito de desespero inerte e mudo gerado pelo conformismo. A dor da nostalgia.  Essa liberdade vista no vasto céu azul abandona o homem no horizonte sem destino. É fácil perder-se na liberdade.

Mas sempre existe algo novo que necessita um novo olhar para ser reconhecido, pois sempre esteve lá. Algo novo que vem de dentro e surge com a percepção sutil. Encantamento é o que a arte proporciona para a vida e pode ser visto nos menores detalhes. Sair do cotidiano é perceber em um sorriso o infinito e se entregar sem medo aos sentimentos, é ver em si mesmo algo novo que surge do âmago de seu ser. Para se encantar é necessário se entregar superando os medos, vendo do fundo os desejos se realizarem. 

O medo é necessário para a sobrevivência, mas mais importante é superá-lo e entregar-se ao sonho, o importante é sonhar com a vida e ver a cada dia uma nova possibilidade. A partir de um sorriso é possível se ver um novo mundo e perceber uma nova realidade que sempre esteve presente.

Saio do cotidiano e posso ver a cada instante um novo encanto, na arte e alegria no reflexo da aurora de um novo dia, afinal é tudo o que nos resta, pois a gente leva da vida, a vida que a gente leva.





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